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Educação & Neuropsicopedagogia

Distúrbio do Processamento Auditivo Central

O processamento auditivo é a capacidade que todos nós temos de entender o que é dito. Envolve várias áreas do cérebro que percebem e organizam os estímulos auditivos.

O distúrbio do processamento auditivo central é uma dificuldade em lidar com as informações auditivas. Dessa forma, é fundamental que se afaste qualquer problema de audição nestas crianças, para se ter certeza que a informação auditiva chegue, para depois ser processada.

Mesmo tendo audição normal, algumas habilidades auditivas estão prejudicadas, tendo como principal queixa a falta de entendimento, fazendo com que a criança peça para repetir diversas vezes o que está sendo dito, parecendo distraída, confundindo muitas vezes o quadro com déficit de atenção.

O Distúrbio do Processamento Auditivo Central (DPAC) ou Transtorno do Processamento Auditivo é caracterizado por afetar as vias centrais da audição, ou seja, as áreas do cérebro relacionadas às habilidades auditivas responsáveis por um conjunto de processos que vão da detecção à interpretação das informações sonoras. Na maior parte dos casos, o sistema auditivo periférico (tímpano, ossículos, cóclea e nervo auditivo) encontra-se totalmente preservado. A principal consequência do distúrbio está na dificuldade de processamento das informações captadas pelas vias auditivas. Assim, a pessoa ouvirá claramente a fala humana, mas terá dificuldades em interpretar a mensagem recebida.

As causas do DPAC

As causas do DPAC podem ser variadas e muitas vezes desconhecidas, contudo as mais comuns são de origem genética, otites de repetição, lesões cerebrais por anóxia ou traumatismo craniano, presença de outros distúrbios neurológicos, atraso maturacional das vias auditivas do Sistema Nervoso Central ou por envelhecimento natural do cérebro. Por isso, a maior parte dos diagnósticos é feita em crianças e idosos.

Os principais sintomas que podem ser percebidos na criança com DPAC:

- Dificuldade de memorização em atividades diárias;
- Dificuldades acadêmicas para ler e escrever;
- Fadiga atencional em aulas ou palestras;
- Troca de letras na fala ou escrita;
- Demora em compreender o que foi dito;
- Dificuldades em compreender informações em ambientes ruidosos;
- Desatenção e distração;
- Solicita repetição constante da informação;
- Agitação;
- Dificuldade para entender conceitos abstratos ou de duplo sentido;
- Dificuldade para executar tarefas que lhe foram solicitadas.

Quando é necessário fazer o exame para indicar a presença de DPAC?

- São indicados para realizar esse exame todos aqueles indivíduos cujas histórias de vida sugerem uma dificuldade em ouvir ou compreender o que ouvem, considerando uma situação em grupo (escola, reunião, treinamentos), lugar em que se encontram (ruído, eco, etc.) e o contexto (piadas, ironias, etc.);
- Pessoas que apresentam dificuldades para localizar sons;
- Pessoas com dificuldade de memória;
- Pessoas com queixas ou sintoma de distração que chegue a prejudicar a realização de suas atividades cotidianas;
- Situações de insucesso escolar;
- Indivíduos muito agitados ou muito quietos;
- Trocas na hora de falar ou escrever;
- Dificuldades de concentração;
- Dificuldade de relacionamento interpessoal;
- Quando o paciente apresenta um histórico significativo de infecções de ouvidos ou da garganta.

É comum a pessoa com DPAC ser diagnosticada equivocadamente com dislexia ou TDAH tipo desatento.

O exame deve ser feito com fonoaudiólogo especialista em DPAC, à partir dos 7 anos de idade.

Tratamento do DPAC

O treinamento auditivo é um dos métodos terapêuticos utilizados na reabilitação auditiva no DPAC e pode ser definido como o uso de um conjunto de tarefas acústicas pré-determinadas com objetivo de ativar e/ou modificar o sistema auditivo. Existem dois modelos de treinamento auditivo, o mais comum é o informal, que se refere a intervenções terapêuticas sem o uso de equipamentos específicos para o controle dos estímulos acústicos trabalhados.

O DPAC na escola

Algumas recomendações aos professores:

- Colocar o aluno sentado na primeira classe da fileira do meio, próximo a ele, longe das portas, janelas e de distrações;
- Proporcionar menor distância entre ele e a criança;
- Quando falar, olhar diretamente para o rosto do aluno e próximo a ele;
- Dar as explicações direcionadas somente ao aluno.
- Procurar falar de forma clara e pausada, de frente para o aluno;
- Evitar falar em momentos de muito barulho;
- Sempre que possível fornecer as instruções e atividades próximo ao aluno;
- Certificar se o aluno realmente entendeu os comandos e o que deve ser realizado;
- Dar mais tempo para a realização da avaliação;
- Fazer a leitura da prova para ele;
- Utilizar o método fônico na alfabetização.